16 de dezembro de 2010

Empreendedorismo: Muito além das Redes Sociais

Por Aline Souza - Jornalista Zeta Probus

Fábio Seixas - Criador da Camiseteria
De acordo com o site e-commerce, lojas virtuais surgiram em meados dos anos 1990 e são a face visível de uma verdadeira revolução no comércio. Nas lojas virtuais não há necessidade da presença física nem do comprador, nem do vendedor; lojas virtuais não necessitam do manuseio de papel moeda e, tampouco, necessitam da mercadoria no momento da transação. Nas lojas virtuais, a relação ocorre entre um comprador e um sistema hospedado em um computador localizado em qualquer lugar do planeta.

A febre de comprar pela internet, com todas as suas vantagens, parece ser mesmo uma forte tendência inabalável que tende a crescer. Entretanto, muito antes disso uma idéia bastante criativa já havia invadido as ruas, os gostos juvenis e a própria internet. Estamos falando da loja virtual Camiseteria, que produz e vende estampas de camisetas nos mais variados estilos e que também possibilita que o comprador crie sua própria estampa. A loja foi criada para ter dentro do mesmo sistema de vendas on-line uma rede social, um sistema de concurso de votação de estampas para camisetas, principal produto da empresa, e um sistema de blogs para usuários cadastrados. Conversamos com um dos sócio-fundadores, Fábio Seixas, que nos contou como surgiu a idéia.

“Tudo começou quando o Rodrigo David, um dos sócios, participou de um concurso de estampas de camiseta fora do país e, em cima dessa experiência, decidimos trazer o modelo de negócios para o Brasil. A formação do Rodrigo David é designer gráfico e como profissional da área ele percebia a carência do mercado em oferecer um ‘espaço’ para formação de uma comunidade, troca de idéias, exposição de trabalhos, etc. Em cima disso e de olho no que estava rolando fora do país, foi que surgiu a loja. Em agosto de 2005 o site entrou no ar”, declara. Fábio, que hoje trabalha dando palestras e conferências sobre o “case” da empresa, falou para o Blog MÍDIA E GESTÃO sobre a experiência de venda virtual e seu relacionamento com as redes sociais no mundo dos negócios.

No Brasil, as redes sociais vêm mudando o modo de pensar e agir das pessoas, principalmente aquelas da chamada Geração Y. Para Fábio, neste novo cenário as pessoas estão percebendo que possuem mais poder à sua disposição. “As redes sociais são grandes disseminadoras de poder. As pessoas agora têm mais voz e são mais ouvidas e isso muda muito a relação das pessoas com outras pessoas e empresas. Estamos nos tornando mais espertos no trato com empresas, por exemplo. Estamos ficando cada vez mais atentos ao modo como as empresas lidam conosco”, afirma. Na opinião de Fábio, a Geração Y está crescendo com esse modo de pensamento padrão e nada diferente disso fará sentido daqui pra frente.


Os profissionais que pertencem a esta geração lidam de forma muito distinta com a informação e com os modelos de consumo. De acordo com o empresário, a informação serve para orientar nossas decisões ao longo da vida e, em abundância, tende a ser algo bom para a sociedade. “Estamos ainda aprendendo a lidar com o grande volume, mas a disponibilidade imediata de tanta informação só tem agregar. Essa mesma informação nos auxilia no processo de decisão de compra. Hoje somos mais conscientes em relação a esse processo justamente pela informação que temos acesso”, disse ao blog.

Fábio afirma que sempre percebeu ser possível explorar as potencialidades das redes sociais para alavancar o negócio, tanto que criou o modelo da loja virtual como uma rede social. “Sempre buscamos entender o perfil de cada mídia nova para ver como podemos potencializar seu uso”. Cada dia mais o que se vê são as redes sociais ocupando um importante papel como novas mídias para as empresas. “Acredito que essas mídias são uma forma barata e ainda assim muito poderosa de relacionamento e marketing, tanto é que usamos esses canais para fazer atendimento ao cliente também”, explica Seixas.

Para diversas empresas, inclusive do ramo corporativo, a atuação com redes sociais ajuda a focar clientes em potencial, pois “o contato é facilitado, é mais direto e a empresa deixa de ser vista como uma corporação e passa a imagem de um ‘amigo’ com quem se pode tirar dúvida, dar sugestões e alguém com quem podem contar”, disse. De acordo com Fábio, não há diferença dessa atuação para empresas de ramos diferentes já que o objetivo sempre é o mesmo: relacionamento com o cliente. “O produto em si não importa, mas sim, se a empresa consegue se comunicar de maneira efetiva com o cliente”. Este é, sem dúvida, o grande desafio das empresas na imensidão do mar das redes sociais, fazer a diferença com conteúdo e relevância dita o sucesso nesta navegação.

Para saber mais sobre a Camiseteria acesse http://www.camiseteria.com/

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10 de dezembro de 2010

Desenvolva sua carreira: Comporte-se na rede


Até 2012, as redes sociais deverão reunir mundialmente 800 milhões de pessoas. O tempo despendido online nos sites de relacionamento saltou de três para cinco horas e meia por mês nos últimos três anos, e sete em cada dez adultos usam as redes para contatos profissionais. Com toda essa atividade virtual, é normal que as questões de relacionamento da vida offline migrem para o ambiente online. Aqui, a resposta para algumas delas

Um contato profissional me chamou para ser “amigo” no Facebook ou no Orkut. É indelicado recusar?

Um convite para participar de uma rede social é como um convite na vida real. Você só aceita se achar que vale a pena. “Recusar é um direito seu”, diz a consultora de etiqueta (não virtual) Célia Leão, que dá palestras e cursos sobre o assunto em empresas.

As empresas dão importância ao que se escreve nas redes sociais ao analisarem currículos?

Muita. Por isso é importante cuidar de tudo o que você escreve quando assina seu nome embaixo. Se for uma empresa da área de tecnologia, a importância é ainda maior. “Se o candidato não tem perfil online, se não está nas redes, não participa de blogs ou fóruns, enfim, se ele não está acostumado a se relacionar na rede, nem chamo para a entrevista”, diz Ricardo Jordão, da consultoria de marketing BizRevolution, de São Paulo.

Em redes sociais voltadas para o trabalho, como é o caso do LinkedIn, dá pra recusar convites?

Você só aceita os convites que quiser, mesmo se for para recomendar alguém, ou para apresentar um amigo a outro contato na rede.

É ruim misturar assuntos pessoais e profissionais no Twitter?

Não há mal em fazer brincadeirinhas ou posts pessoais. Agora, se você quer relevância profissional, concentre-se em sua área de atuação. “Há redes com perfil pessoal, como o Orkut, e outras mistas, como o Twitter. Escolha a que tem a ver com seu objetivo”, diz Rui Gianolla, da agência Air, de mídia digital, em São Paulo.

Qual é a regra geral para ter um blog ou perfi l com o mesmo “tema” de seu trabalho na vida real?

Recentemente, a Intel publicou diretrizes para funcionários que quiserem usar mídias sociais. E deixou bem claro que seu mau uso pode colocar em risco o futuro dos funcionários na companhia. A empresa incentiva a participação de seus empregados, mas dá a dica: “Você não deve denegrir nossos concorrentes nem precisa responder a todas as críticas”. Um estudo feito pela consultoria americana Proof- Point com empresas com mais de 1 000 funcionários mostrou que 8% já demitiram um funcionário por causa de posts inadequados.


Fabiana Corrêa
Revista Você S/A

8 de dezembro de 2010

Gestão descentralizada aproxima empresa de colaboradores

por Tatsumi Roberto Ebina*


Até certo tempo, reduzir o nível hierárquico dentro das empresas ou modificar seu modelo de gestão era um desafio impensável para a maioria dos executivos. No modelo hierarquizado, o problema se concentra na comunicação e na produtividade que cada executivo ou colaborador adiciona ao negócio. Entretanto, alguns movimentos começaram a aparecer no sentido de reduzir ou horizontalizar tais estruturas. Ousar adotar um modelo de gestão diferenciado tem colaborado para que algumas companhias se tornem referências em suas áreas de atuação.

Inspirados em empresas com modelos alternativos de gestão, muitos empreendedores e executivos ampliaram seu campo de visão e começaram a utilizar parte das práticas destas organizações como ferramentas para melhorar sua produtividade e estimular os colaboradores. Com isso, algumas empresas obtiveram bons resultados e outras não mudaram tanto, porque, no fundo, é preciso uma política consistente de valores, uma filosofia empresarial que assegure a manutenção do modelo adotado em todas as circunstâncias de mercado.

O mundo dos negócios é moderno e veloz, exigindo dos profissionais foco permanente na satisfação do cliente através de uma equipe consistente com ações que gerem esta satisfação. Contudo, a grande maioria das empresas ainda se baseia em teorias de gestão antigas, com mais de cem anos de existência. Assim como mudam os mercados, os cenários, os consumidores, é preciso que as empresas acompanhem estas alterações e atualizem suas formas de gestão. Estimulando o colaborador e dando autonomia de trabalho, os resultados poderão ser mais satisfatórios. Controlar a equipe com rédeas curtas impede o desenvolvimento e ascensão profissional, além de desestimular a capacidade inovadora e criativa.

No modelo de gestão tradicional que as empresas utilizam, quando se criam os departamentos responsáveis, as pessoas que vão ocupar estas posições se arvoram de poder e status. Por vezes a prepotência do conhecimento fala mais alto e começam a surgir duas classes de pessoas em uma organização, os que mandam (ou pensam que mandam) e os que obedecem (ou fingem que obedecem). Todas as características anteriores começam a se esvair e um novo ambiente se forma, trazendo burocracia e fazendo com que os colaboradores gastem energia para sustentar um sistema menos produtivo.

*Tatsumi Roberto Ebina é o sócio-diretor e fundador da Muttare, consultoria de gestão fundada