Até certo tempo, reduzir o nível hierárquico dentro das empresas ou modificar seu modelo de gestão era um desafio impensável para a maioria dos executivos. No modelo hierarquizado, o problema se concentra na comunicação e na produtividade que cada executivo ou colaborador adiciona ao negócio. Entretanto, alguns movimentos começaram a aparecer no sentido de reduzir ou horizontalizar tais estruturas. Ousar adotar um modelo de gestão diferenciado tem colaborado para que algumas companhias se tornem referências em suas áreas de atuação.
Inspirados em empresas com modelos alternativos de gestão, muitos empreendedores e executivos ampliaram seu campo de visão e começaram a utilizar parte das práticas destas organizações como ferramentas para melhorar sua produtividade e estimular os colaboradores. Com isso, algumas empresas obtiveram bons resultados e outras não mudaram tanto, porque, no fundo, é preciso uma política consistente de valores, uma filosofia empresarial que assegure a manutenção do modelo adotado em todas as circunstâncias de mercado.
O mundo dos negócios é moderno e veloz, exigindo dos profissionais foco permanente na satisfação do cliente através de uma equipe consistente com ações que gerem esta satisfação. Contudo, a grande maioria das empresas ainda se baseia em teorias de gestão antigas, com mais de cem anos de existência. Assim como mudam os mercados, os cenários, os consumidores, é preciso que as empresas acompanhem estas alterações e atualizem suas formas de gestão. Estimulando o colaborador e dando autonomia de trabalho, os resultados poderão ser mais satisfatórios. Controlar a equipe com rédeas curtas impede o desenvolvimento e ascensão profissional, além de desestimular a capacidade inovadora e criativa.
No modelo de gestão tradicional que as empresas utilizam, quando se criam os departamentos responsáveis, as pessoas que vão ocupar estas posições se arvoram de poder e status. Por vezes a prepotência do conhecimento fala mais alto e começam a surgir duas classes de pessoas em uma organização, os que mandam (ou pensam que mandam) e os que obedecem (ou fingem que obedecem). Todas as características anteriores começam a se esvair e um novo ambiente se forma, trazendo burocracia e fazendo com que os colaboradores gastem energia para sustentar um sistema menos produtivo.
*Tatsumi Roberto Ebina é o sócio-diretor e fundador da Muttare, consultoria de gestão fundada
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