Por Aline Souza – Jornalista ZETA Probus
Seguindo as pegadas da liderança e o desenho que ela faz na gestão de pessoas, o Mídia e Gestão saiu em busca do mais renomado reduto de coaching no mercado corporativo, o ICCoaching® - International Corporate Coaching, para saber o que é ser líder no mundo atual. Em entrevista, Gustavo D'Avila, diretor executivo e Carlos Alecrim, CEO da instituição responderam perguntas que tentam dar conta deste desafio.
Seguindo as pegadas da liderança e o desenho que ela faz na gestão de pessoas, o Mídia e Gestão saiu em busca do mais renomado reduto de coaching no mercado corporativo, o ICCoaching® - International Corporate Coaching, para saber o que é ser líder no mundo atual. Em entrevista, Gustavo D'Avila, diretor executivo e Carlos Alecrim, CEO da instituição responderam perguntas que tentam dar conta deste desafio.
Para começo de conversa, é bom esclarecer que a boa liderança é aquela que se faz pelo exemplo, pela conduta diária, com sustentação de comportamentos alinhados aos objetivos da organização. As pessoas precisam se espelhar em alguém, é como uma criança dentro de uma família, que cresce e necessita de referências, caso contrário crescerá sem norte. Como explica Carlos Alecrim, “o colaborador vai escolhendo seus próprios líderes, a confiança é conquistada pela coerência e pela congruência, e não pelo cargo que um líder ocupa dentro da empresa”, afirma.
Outro fator importante a ser abordado na questão liderança são os riscos que uma gestão corre por praticar a gestão de simpatia, principalmente quando se trata de uma empresa familiar. Em muitos casos esse tipo de gestão, que às vezes tem sua origem em parentes próximos, tende a elevar amizades pessoais com os colaboradores a cargos de recompensa. "Isso é um problema, os 'amigos líderes' acabam se sobressaindo pelo fato de terem uma convivência maior com a diretoria de uma empresa e nem sempre um líder de direito é capaz de gerir de fato só por ter caído nas graças de uma direção", explica Gustavo D'Avila.
Gustavo D'Avila |
O grande problema, de acordo com o executivo, é que a empresa muitas vezes não tem a preocupação de formar aquela pessoa como líder se pautando somente na afinidade e na simpatia. “É um grande risco quando se esquece da meritocracia e isso tem impacto direto no clima da organização, as pessoas ficam desmotivadas e não confiam na gestão, pois é perceptível a preferência dos chefes por alguns”, afirma. Isso é o que podemos chamar de ‘pedir para sair’, pois em tal situação muitos funcionários pensam duas vezes antes de permanecer na empresa, já que acreditam não haver mais chances de crescimento e ascensão profissional.
Ligado a este ponto nos deparamos com outro igualmente importante. Se os funcionários e colaboradores passam por revisão de conduta e constantemente estão sendo avaliados, a chefia e a direção das empresas também precisam passar pela mesma avaliação. “Somente assim se atingem os graus de competência e coerência necessários, pois liderar não é fazer amizade com os liderados, mas sim exercer a função baseada na coerência e descrição”, disse D'Avila. E mais, é papel de coaching muitas vezes, alinhar a diretoria no perfil ideal de comportamento esperado pelos seus funcionários. Um CEO precisa estar conectado a três pontos: processo, estratégias e pessoas; para dar o norte, comunicar bem os processos alinhados, focar na coerência de comportamento, no estímulo, nos desafios e na remuneração.
Carlos Alecrim |
Para o profissional do coaching, treinar líderes não é tarefa fácil. Trata-se de uma via de mão dupla, é a lei do dar e receber que rege o universo, ou seja, é preciso casar bem os interesses individuais das pessoas com os interesses coletivos de estratégias empresariais, pois trata-se de sonhos individuais em consonância com os sonhos coletivos. “Toda empresa é uma ficção jurídica, são pessoas dentro servindo pessoas fora, a essência da gestão não pode ser esquecida, a forma que se comunicam e se relacionam os líderes ditam o ambiente saudável e os bons resultados”, afirma Carlos Alecrim.
Quando o tema é a geração global, para imaginar bons líderes é preciso saber qual geração ele pertence. “Nos últimos 30 anos mudaram muito os valores e a percepção de liderança, antes disso tínhamos líderes no modelo onde o que importava eram os resultados, sem foco no relacionamento pessoal da empresa. Agora, importa mais o funcional do que a hierarquia”, explica o CEO. Sabemos que a geração Y possui valores bem diferentes e isso faz desta geração pessoas mais práticas onde o tempo na empresa não significa muito, o que o estimula são os desafios e os sonhos, o indivíduo da geração Y procura alguém para admirar de verdade e não acredita em líderes por uma hierarquia imposta.
Já que estamos falando de gerações e comportamentos, não custa lembrar que a preferência por determinados tipos de líderes interfere diretamente no meio cultural em que se insere a organização. Com algumas diferenças sutis, uma vez que geração global significa mundo global e sem fronteiras, é possível perceber que grande parte das organizações no mundo todo prefere o líder do tipo coruja (27% da preferência), um tipo mais intelectualizado, que transmite segurança e é equilibrado. Já o líder do tipo leão está ultrapassado, pois é um líder mais resistente onde o objetivo maior são as metas, é um líder mais controlador e tem deficiência em equipe (20,3%).
Enquanto isso, o líder vaca é mais paternalista e defensor, tem o estilo justo e é confiável e amável, uma preferência entre os brasileiros (21%) em virtude do passado recente em que a maioria das empresas eram masculinas. Os dados obtidos acima foram divulgados em pesquisas disponíveis em vários sites de informação.
Carlos Alecrim explica que cada tipo de líder depende muito do tipo de liderado, “o líder deve monitorar as expectativas individuais de vida e de carreira da equipe, estar atento à felicidade e desempenho profissional de cada um; deve defender sua equipe aos olhos alheios e brigar no ‘vestiário’ quando necessário” disse. Já a Europa, de cultura nórdica, são mais exigentes e rígidos, gostam do padrão onde existe certa distancia entre o gestor e o colaborador. Entretanto, Carlos e Gustavo são categóricos em afirmar que não se predem a nenhum tipo de modelo de liderança ou tipologia exclusivamente.
Dentro de algumas práticas que são tidas como comuns em algumas organizações, o famigerado relatório diário de atividades, ou metas, é um “absurdo míope”, como afirma o CEO do ICCoaching. Segundo Alecrim, o procedimento não corresponde com a realidade, pois o funcionário possui várias atividades encadeadas e inevitavelmente uma ou outra fica para trás, o que é normal. “Não dá para virar rotina colocar a rotina no papel”, afirma. Alecrim vai mais longe e faz um cálculo esclarecedor: se cada trabalhador pára durante 6 mim por dia e se sua empresa possui 10 funcionários, serão um total de 60 mim por dia para fazer os relatórios. Em cinco dias por semana serão um total de 300 mim ou 5horas por semana. Em 4 semanas serão 22 horas, ou seja, perde-se um dia de trabalho por mês para fazer relatório diário de metas. “É um tiro no pé”, afirma.
Carlos Alecrim explica que cada tipo de líder depende muito do tipo de liderado, “o líder deve monitorar as expectativas individuais de vida e de carreira da equipe, estar atento à felicidade e desempenho profissional de cada um; deve defender sua equipe aos olhos alheios e brigar no ‘vestiário’ quando necessário” disse. Já a Europa, de cultura nórdica, são mais exigentes e rígidos, gostam do padrão onde existe certa distancia entre o gestor e o colaborador. Entretanto, Carlos e Gustavo são categóricos em afirmar que não se predem a nenhum tipo de modelo de liderança ou tipologia exclusivamente.
Dentro de algumas práticas que são tidas como comuns em algumas organizações, o famigerado relatório diário de atividades, ou metas, é um “absurdo míope”, como afirma o CEO do ICCoaching. Segundo Alecrim, o procedimento não corresponde com a realidade, pois o funcionário possui várias atividades encadeadas e inevitavelmente uma ou outra fica para trás, o que é normal. “Não dá para virar rotina colocar a rotina no papel”, afirma. Alecrim vai mais longe e faz um cálculo esclarecedor: se cada trabalhador pára durante 6 mim por dia e se sua empresa possui 10 funcionários, serão um total de 60 mim por dia para fazer os relatórios. Em cinco dias por semana serão um total de 300 mim ou 5horas por semana. Em 4 semanas serão 22 horas, ou seja, perde-se um dia de trabalho por mês para fazer relatório diário de metas. “É um tiro no pé”, afirma.
Sobre a relação de parceria entre o trabalho de coaching e as áreas de Recursos Humanos das corporações, os especialistas afirmam que se trata de um trabalho em conjunto no sentido de alcançar mudanças positivas, lembrando que o coaching deve ser sempre isento para atender o indivíduo executivo e em alguns momentos, a empresa contratante. Já o RH olha sempre para o lado coletivo visando os valores globais da empresa. Toda essa força-tarefa em busca de mudanças culturais e comportamentais fazem parte de uma tendência voltada para a busca da sustentabilidade do planeta.
As atitudes sustentáveis que vêm surgindo dentro das corporações, até mesmo pela influência da Geração Y, precisam estar inseridas dentro dos valores de cada indivíduo da corporação e a atitude começa em casa, na vida pessoal de cada um, assim como no trabalho: atitude e prática social. De acordo com Gustavo D'Avila, “transformar os valores em bens tangíveis só é possível se as pessoas envolvidas desejam muito que aquilo aconteça, as metas precisam ser realizáveis e necessitam ter valor percebido pelas pessoas” disse. E acrescenta que no mundo tecnológico em que vivemos, de redes sociais e avanços tecnológicos, o ser humano deve estar atento e não se inserir nisso por modismos, mas sim para o relacionamento com outros seres humanos, pois a tecnologia se tornou a extensão daquilo que se fala e se pensa e é bom não perder a essência de cada um.